segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Melancolia: despedindo-me de 2008...

2008 não foi o melhor, nem o pior ano da minha vida (até agora; ainda faltam 3 dias)... mas estou melancólica com o seu fim.

As festas de final de ano sempre me deixam um pouco assim. Ainda mais porque estou de férias na casa dos meus pais e apesar de estar cercada de parentes, me sinto um pouco sozinha, faltam-me os meus amigos e minha vida amorosa está bem distante daqui.

Tem sido divertido. Fui pra praia, estou fazendo exercícios, lendo, conversando, vendo filmes, internetando... mas o que deixa triste é o fim. Não só do ano, mas do prazo que me dei pra resolver as coisas com my lover... faltam 3 dias até que o ano acabe e eu me obrigue a dar um novo rumo para a minha vida.

É difícil me despedir não só dele, mas do relacionamento. Foram 3 anos. Nunca amei alguém por tanto tempo. Desistir é também lamentar o tempo perdido, a derrota. Por outro lado, a outra alternativa é continuar esperando, vivendo sempre ansiosa, sem saber o que pensar, dando desculpas a mim mesma pelo abandono, carente, com a vida amorosa estagnada, o sentimento constante de insatisfação e sem conseguir ser feliz.

Pra piorar, ele não está trabalhando essa semana e eu viajei na outra. Portanto, não nos falamos há duas semanas e nem pude aproveitar os últimos dias do ano pra tentar reverter a situação. A última notícia que tive dele foi uma mensagem no celular desejando Feliz Natal no dia 24.

A melancolia advém da perda pra qual já estou me preparando. Ficar triste faz parte do processo, é preciso viver o luto pra conseguir superar e ser livre...Os prazos me ajudam a me organizar e a me preparar psicologicamente. A sensação de que fiz tudo que podia, sem sacrificar meu amor-próprio me conforta, assim como os históricos das conversas ríspidas pela internet...Vou perder algo, mas tenho certeza que vou ganhar a liberdade... já consigo imaginar como vou ser feliz o dia que ao acordar, meu primeiro pensamento não ser ele.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Esqueça tudo que te ensinaram sobre os homens!

Nunca acreditei em estereótipos ou generalizações... prefiro conhecer as pessoas sem fazer pré-julgamentos, decifrá-las ao invés de esperar que se comportem de modo padronizado.

Mas viver sem nenhum padrão é difícil, causa um certo desconforto... por isso é próprio do ser humano procurar por uniformidades, coisas que se repetem em diferentes pessoas ou situações, isso nos dá segurança.

Encontrei um padrão nos homens com os quais me relacionei, contudo ele difere completamente de tudo que ouvi/li sobre o macho da espécie humana.

Estou frustrada com os homens da minha geração! Eles querem a mulher estereotipada, ou seja a da década de 1950: romântica, louca por crianças, carente, que faz cenas, que adora compras, passa horas no shopping, conversa apenas sobre assuntos banais, sempre concorda com os pontos de vista deles, os admira, passa a gostar do que ele gosta, depende dele de alguma forma (nem que seja emocionalmente) e não gosta muito de sexo.

É, eles querem as cinderelas ou ao menos as mulheres com complexo de Cinderela.

Descobri porque os estereótipos que viram piadas sobre as mulheres fazem tanto sucesso entre os homens: porque eles esperam que sejamos assim. Mulheres que gostam de sexo os assustam, eles já vão logo dizendo que elas são vulgares. Não sei se é porque eles não gostam tanto ou porque são machistas e preconceituosos. Talvez para os homens toda a graça do sexo não esteja no orgasmo, mas em insistir e insistir até a garota ceder. Parece que a sensação de vitória é mais importante do que o prazer. Portanto, a mulher não pode gostar de sexo ou ela fará apenas porque gosta de sexo e não porque ele conseguiu.

É, os homens da minha geração são patéticos... e inseguros. Têm muito medo de sexo também, se preocupam demais com performance e parecem que nem sentem mais prazer, estão muito mais preocupados em mostrarem o quanto são bons que em ter prazer. Disso eu não posso reclamar porque eles se empenham em nos dar prazer. Mas por outro lado é frustrante saber que isso é apenas para satisfazer o próprio ego.

Infelizmente eles não estão preparados para as mulheres livres e independentes. Acham horrível uma mulher ser competitiva, amar o trabalho, não querer ter filhos. As mulheres bem-sucedidas não os atrai.

Esse é o preço do nosso sucesso numa sociedade machista. Eles não estão preparados pra se relacionar com mulheres que ganham como eles, que tenham os mesmos sonhos, que tenham opiniões próprias, que entendam de política e economia. Eles consideram que ser inteligente é pouco feminino.

Tenho certeza que eu seria mais feliz se fosse lésbica.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Bem-estar

Nos últimos dias um súbito bem-estar tomou conta de mim. Estou de férias, não tão de férias, porque eu tenho que escrever a tese, mas não sinto o peso.

Talvez a sensação de missão cumprida, após semanas de muito trabalho na faculdade: correções, notas e médias, cursos para professores e projetos. Estava contando os dias para as férias e quando elas vieram me senti recompensada por todo o esforço. São minhas primeiras férias oficiais após um ano e meio de universidade, minhas primeiras férias de toda minha vida em um emprego fixo.

Mas estou mais leve, mas bem humorada, me sentindo bonita, seduzindo. Talvez sejam as novas possibilidades, talvez esteja me libertando.

Não vou me esforçar pra entender, o importante é que me sinto bem como há muito tempo não me sentia, estou feliz :)

"Não haverá borboletas se a vida não passar por profundas e silenciosas metamorfoses."(Rubem Alves)