segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Melancolia: despedindo-me de 2008...

2008 não foi o melhor, nem o pior ano da minha vida (até agora; ainda faltam 3 dias)... mas estou melancólica com o seu fim.

As festas de final de ano sempre me deixam um pouco assim. Ainda mais porque estou de férias na casa dos meus pais e apesar de estar cercada de parentes, me sinto um pouco sozinha, faltam-me os meus amigos e minha vida amorosa está bem distante daqui.

Tem sido divertido. Fui pra praia, estou fazendo exercícios, lendo, conversando, vendo filmes, internetando... mas o que deixa triste é o fim. Não só do ano, mas do prazo que me dei pra resolver as coisas com my lover... faltam 3 dias até que o ano acabe e eu me obrigue a dar um novo rumo para a minha vida.

É difícil me despedir não só dele, mas do relacionamento. Foram 3 anos. Nunca amei alguém por tanto tempo. Desistir é também lamentar o tempo perdido, a derrota. Por outro lado, a outra alternativa é continuar esperando, vivendo sempre ansiosa, sem saber o que pensar, dando desculpas a mim mesma pelo abandono, carente, com a vida amorosa estagnada, o sentimento constante de insatisfação e sem conseguir ser feliz.

Pra piorar, ele não está trabalhando essa semana e eu viajei na outra. Portanto, não nos falamos há duas semanas e nem pude aproveitar os últimos dias do ano pra tentar reverter a situação. A última notícia que tive dele foi uma mensagem no celular desejando Feliz Natal no dia 24.

A melancolia advém da perda pra qual já estou me preparando. Ficar triste faz parte do processo, é preciso viver o luto pra conseguir superar e ser livre...Os prazos me ajudam a me organizar e a me preparar psicologicamente. A sensação de que fiz tudo que podia, sem sacrificar meu amor-próprio me conforta, assim como os históricos das conversas ríspidas pela internet...Vou perder algo, mas tenho certeza que vou ganhar a liberdade... já consigo imaginar como vou ser feliz o dia que ao acordar, meu primeiro pensamento não ser ele.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Esqueça tudo que te ensinaram sobre os homens!

Nunca acreditei em estereótipos ou generalizações... prefiro conhecer as pessoas sem fazer pré-julgamentos, decifrá-las ao invés de esperar que se comportem de modo padronizado.

Mas viver sem nenhum padrão é difícil, causa um certo desconforto... por isso é próprio do ser humano procurar por uniformidades, coisas que se repetem em diferentes pessoas ou situações, isso nos dá segurança.

Encontrei um padrão nos homens com os quais me relacionei, contudo ele difere completamente de tudo que ouvi/li sobre o macho da espécie humana.

Estou frustrada com os homens da minha geração! Eles querem a mulher estereotipada, ou seja a da década de 1950: romântica, louca por crianças, carente, que faz cenas, que adora compras, passa horas no shopping, conversa apenas sobre assuntos banais, sempre concorda com os pontos de vista deles, os admira, passa a gostar do que ele gosta, depende dele de alguma forma (nem que seja emocionalmente) e não gosta muito de sexo.

É, eles querem as cinderelas ou ao menos as mulheres com complexo de Cinderela.

Descobri porque os estereótipos que viram piadas sobre as mulheres fazem tanto sucesso entre os homens: porque eles esperam que sejamos assim. Mulheres que gostam de sexo os assustam, eles já vão logo dizendo que elas são vulgares. Não sei se é porque eles não gostam tanto ou porque são machistas e preconceituosos. Talvez para os homens toda a graça do sexo não esteja no orgasmo, mas em insistir e insistir até a garota ceder. Parece que a sensação de vitória é mais importante do que o prazer. Portanto, a mulher não pode gostar de sexo ou ela fará apenas porque gosta de sexo e não porque ele conseguiu.

É, os homens da minha geração são patéticos... e inseguros. Têm muito medo de sexo também, se preocupam demais com performance e parecem que nem sentem mais prazer, estão muito mais preocupados em mostrarem o quanto são bons que em ter prazer. Disso eu não posso reclamar porque eles se empenham em nos dar prazer. Mas por outro lado é frustrante saber que isso é apenas para satisfazer o próprio ego.

Infelizmente eles não estão preparados para as mulheres livres e independentes. Acham horrível uma mulher ser competitiva, amar o trabalho, não querer ter filhos. As mulheres bem-sucedidas não os atrai.

Esse é o preço do nosso sucesso numa sociedade machista. Eles não estão preparados pra se relacionar com mulheres que ganham como eles, que tenham os mesmos sonhos, que tenham opiniões próprias, que entendam de política e economia. Eles consideram que ser inteligente é pouco feminino.

Tenho certeza que eu seria mais feliz se fosse lésbica.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Bem-estar

Nos últimos dias um súbito bem-estar tomou conta de mim. Estou de férias, não tão de férias, porque eu tenho que escrever a tese, mas não sinto o peso.

Talvez a sensação de missão cumprida, após semanas de muito trabalho na faculdade: correções, notas e médias, cursos para professores e projetos. Estava contando os dias para as férias e quando elas vieram me senti recompensada por todo o esforço. São minhas primeiras férias oficiais após um ano e meio de universidade, minhas primeiras férias de toda minha vida em um emprego fixo.

Mas estou mais leve, mas bem humorada, me sentindo bonita, seduzindo. Talvez sejam as novas possibilidades, talvez esteja me libertando.

Não vou me esforçar pra entender, o importante é que me sinto bem como há muito tempo não me sentia, estou feliz :)

"Não haverá borboletas se a vida não passar por profundas e silenciosas metamorfoses."(Rubem Alves)

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Lição 1: Paciência

A lição dessa semana foi paciência. Parecia que Deus estava querendo me ensinar a ser paciente, a esperar e a confiar.

Percebi que esse era o ensinamento dos pequenos acontecimentos cotidianos da semana. Como num dia que perdi o ônibus pra faculdade por questão de segundos e fiquei muito aflita porque tinha muita coisa pra fazer, nisso vi o carro de uma aluna estacionado e resolvi esperá-la para que me desse carona, mas comecei a ficar aflita e a pensar "e se ela demorar muito"? Mas a providência parecia me dizer pra ser paciente e esperar e assim que me acalmei ela apareceu (rapidinho) e me ofereceu carona até a faculdade e acabei chegando antes do que previa. No dia seguinte fui jantar no restaurante da faculdade porque daria aula em seguida. Enquanto estava jantando começou a cair uma chuva forte e eu fiquei novamente aflita porque não queria chegar atrasada pra aula. Novamente algo me dizia pra ser paciente e confiar que assim que estivesse no meu horário de sair dali a chuva passaria e foi exatamente isso que aconteceu. Além dessas, ocorreram outras situações, como o cabo do meu celular novo q milagrosamente carrega o meu mp3, do qual eu tinha perdido o cabo e já tinha comprado 3 outros similares genéricos e nenhum dava certo.

Pena que eu não consiga aplicar sempre e em outros setores da minha vida este ensinamento, as vezes deixo o desespero e a descrença tomarem conta de mim. Antes desses acontecimentos, eu tinha chorado no domingo pela falta do my lover, estava muito triste, mas tive sonhos que me consolaram porque pareciam bem reais. Nos sonhos estávamos bem.

Hoje bateu o desespero novamente e eu tentei me lembrar do qto é importante ser paciente e confiar, mas nem sempre é fácil. Reconheço que tenho muitas bençãos na minha vida: estudo numa das melhores universidades dos país, tenho o emprego dos meus sonhos, uma família maravilhosa, sou saudável, mas não dá pra ser completamente feliz quando se ama alguém e não se é correspodida. Parece que sempre falta algo, estou sempre insatisfeita quando não estou com ele.

Tenho me sentido sozinha, mas a perspectiva de um encontro (não com ele) no domingo já trouxe de volta meu bom humor :)

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

E tudo segue como antes...?!?

Este final de semana fui pra casa dos meus pais descansar da peregrinação. Bati meu record de viagens este mês: fora as rotineiras viagens pelas 3 cidades do interior de São Paulo, estive na Argentina, em São José dos Campos e em Àguas de Lindóia, participando de encontros e congressos.

Estive em São Paulo também, por motivos profissionais e pessoais. Fui ver my lover... após o argentino, voltei pros braços dele... mas parece que tudo segue como antes, continuamos nos vendo, mas menos do que eu gostaria.

Avaliando o nosso relacionamento este ano, eu devia estar feliz e otimista: se nos dois últimos anos, nos vimos apenas duas vezes; só neste ano e nos últimos meses, já nos vimos 4 e os encontros foram muito mais íntimos e produtivos. Mas pra mim é pouco, eu queria que ele me procurasse mais.

Faz 4 finais de semana que não nos vemos, apesar dele ter acenado com a possibilidade nos vermos bastante em outubro. Ele é instável, nunca sei o que esperar. Me segurei pra não ir atrás, pra ter o controle sobre a situação, pra não pedir nada, pra não demonstrar a falta que sinto dele. E neste final de semana, incorporei o personagem, estou contida, quase nem sinto falta. Mas eu sei que a hora que saudade vem, ela vem com tudo e eu sou prisioneira disso, não há o que fazer.


Como arroz e feijão,
é feita de grão em grão
Nossa felicidade

Como arroz e feijão
A perfeita combinação
Soma de duas metades

Como feijão e arroz
que só se encontram depois
de abandonar a embalagem

Mas como entender que os dois
Por serem feijão e arroz
Se encontram só de passagem

Me jogo da panela
Pra nela eu me perder
Me sirvo a vontade, que vontade de te ver

O dia do prato chegou é quando eu encontro você
Nem me lembro o que foi diferente!
Mas assim como veio acabou e quando eu penso em você
Choro café e você chora leite
Choro café e você chora leite

(Pratododia - O Teatro Mágico)

sábado, 25 de outubro de 2008

Um amor em Mar del Plata - A melhor viagem da minha vida

Minhas amigas dizem que sempre que volto de uma viagem, falo que foi a melhor da minha vida... que bom que é assim! Mas essa foi realmente especial, foi diferente. Dessa eu tenho muita história pra contar... rs


Há algumas semanas fiz minha primeira viagem internacional, estive em um Congresso na Argentina, em Mar del Plata e passei por Buenos Aires também.


Apesar de alguns problemas iniciais, no balanço final a viagem foi maravilhosa.

Não vou comentar a parte ruim da viagem, porque a parte boa compensou tudo, apenas digo que não comecei a viagem em boa companhia, fui enganada pelas "amigas" que foram comigo, me usaram como álibi. Eu não sabia que estava pagando mais caro na passagem e ficando em um hotel ruim em Buenos Aires para que elas ficassem com os amantes (literalmente, elas são casadas).


Passamos apenas um dia em Buenos Aires e depois fomos pra Mar del Plata, lá encontrei amigas de Bauru, conheci outras e formamos um novo grupo muito animado.


Mar del Plata é linda e os homens argentinos de cair o queixo. Nunca vi tanto homem bonito por metro quadrado.

Além do Congresso bastante interessante, das pessoas agradáveis e educadas, de sermos bem tratadas em todos os lugares, Mar del Plata tem muitas atrações, como uma colônia de lobos marinhos, o mar, bons restaurantes, um bom comércio, a fábrica da Havanna com todos os seus alfajores deliciosos, uma arquitetura muito bonita, cassinos e boas baladas.

Junto como minhas novas amigas caímos na noite, de restaurantes a cassinos e não podia faltar uma boa baladinha.

Fomos numa danceteria muito legal, com três ambientes e lotada. Eram tantos homens bonitos que eu me sentia como o esquilo do filme a Era do gelo no céu de nozes. E o melhor de tudo: eles adoram brasileiras. Lá eu conheci o Mauro, um portenho doce, gentil e lindo. Dançamos muita salsa e combinamos de nos ver novamente no dia seguinte. Como combinado ele passou no meu hotel, conheceu minhas amigas, foi muito legal com todas elas e me levou pra conhecer lugares novos e bonitos de Mar del Plata. Ainda me deu uma agenda da Mafalda de presente antes de voltarmos pro hotel.

Ele perguntou sobre a possibilidade de eu morar em Mar del Plata ou dele ter um emprego no Brasil. Ele já esteve no Brasil e disse que faria o possível para voltar.

Mas quando nos despedíamos, acho que ambos sabíamos que na real tudo isso era só um sonho. Voltei encantada e comprendi como que os homens com os quais me relaciono por aqui, na maioria das vezes, não me dão o valor que mereço.

Nos falamos mais uma vez depois que voltei ao Brasil, enviei as nossas fotos pra ele, mas foi só. Agora ele é uma doce lembrança de Mar del Plata que vou guardar pra sempre.

Talvez ele nem acreditasse em tudo que me falou e nem sei se foi tão especial pra ele como foi pra mim, mas se o objetivo era ficar com turistas e dar a elas boas recordações da Argentina, posso dizer que eles são tão eficientes como os atacantes de sua seleção de futebol.

Como se diz, amor de verão no sobe a serra... completo o ditado dizendo, que ainda assim, vale a pena.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

3 dias em São Paulo...

Estive em São Paulo por 3 dias nesta semana, fui pra uma reunião na reitoria ...
Parece uma coisa tão simples, mas foi como se eu estivesse encantada, vivendo um sonho... os dias que passei lá representam uma sequência de sonhos realizados.

Desde que passei no concurso para trabalhar na Universidade (e isto foi um sonho realizado, eu queria ser professora dessa universidade desde que estudei nela, durante a graduação), eu tensionava ser representante de alguma coisa ou ter uma função que me fizesse trabalhar na reitoria. E em um ano na Universidade fui designada para ser vice-coordenadora de um programa da unidade e fui convocada para a minha primeira reunião na reitoria :)

Sou fascinada por São Paulo, mas tinha um motivo a mais pra querer ir pra lá... sim, sempre ele, my lover. Meu sonho era trabalhar em São Paulo para estar mais perto dele. Mas na semana anterior, discutimos a relação, eu estava chateada porque ele preferiu visitar a família a me ver, estava com raiva dele, vergonha de mim e achei que eu tivesse estragado tudo e por isso nem contei a ele que eu iria pra São Paulo. Mas mesmo sem saber, ele me convidou pra ir num exposição de Arte e Tecnologia em São Paulo no domingo e eu contei sobre o meu compromisso.

Resultado: passei o domingo com ele, dormi na casa dele e no dia seguinte fui pra reunião. Mais uma vez foi ótimo, o problema é que depois fico querendo mais. Fazia dois meses que tínhamos nos visto pela última vez e nesse encontro ele fez links para os próximos, dizendo coisas que podíamos fazer num outro dia.

A reunião também foi ótima. O contato com os professores da minha área, os novos amigos que fiz, o tipo de atividade que é o que eu gosto de fazer, fora o glamour de ficar num bom hotel, comer em bons restaurantes com todas as despesas pagas.

Quem sabe isso quer dizer amor... Milton Nascimento

Composição: Márcio Borges e Lô Borges

Cheguei a tempo de te ver acordar
Eu vim correndo à frente do sol
Abri a porta e antes de entrar
Revi a vida inteira

Pensei em tudo que é possível falar
Que sirva apenas para nós dois
Sinais de bem, desejos vitais
Pequenos fragmentos de luz

Falar da cor dos temporais
Do céu azul, das flores de abril
Pensar além do bem e do mal
Lembrar de coisas que ninguém viu

O mundo lá sempre a rodar
E em cima dele tudo vale
Quem sabe isso quer dizer amor,
Estrada de fazer o sonho acontecer

Pensei no tempo e era tempo demais
Você olhou sorrindo pra mim
Me acenou um beijo de paz
Virou minha cabeça

Eu simplesmente não consigo parar
Lá fora o dia já clareou
Mas se você quiser transformar
O ribeirão em braço de mar
Você vai ter que encontrar
Aonde nasce a fonte do ser
E perceber meu coração
Bater mais forte só por você

O mundo lá sempre a rodar,
E em cima dele tudo vale
Quem sabe isso quer dizer amor,
Estrada de fazer o sonho acontecer

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Irritada... grrr

Estou em Campinas... vim porque tinha reunião com meu orientador, dentista e outras coisas menos importantes pra resolver. Vim também porque achei que esse final de semana ia render: ele esteve nas últimas semanas obcecado por mim virtualmente, não podia me ver online que vinha conversar, mandou emails, teclamos sobre assuntos variados, cada vez mais pessoais... e aí hj ele me diz que vai pra casa da mãe no final de semana e que depois a gte conversava...

Fiquei com mta raiva (mas fui correr pra passar e deu certo), cansei de ser a amiguinha, aquela com quem se conversa sobre as grandes dúvidas existenciais... decidi romper relações, vou cuidar da minha vida a partir dessa semana, da minha tese que tem data marcada pra ficar pronta e preciso ler mto, dos meus assuntos profissionais e da minha vida social, meus amigos... não vou mais perder tempo conversando sobre os temas de interesse dele.

Não sei se é tão ruim ficar comigo (pq ele some dpois q fica) ou se é tão bom que ele sempre volta. Grrrr....

Vou ficar em Campinas no final de semana e mesmo sem ele já estou com a agenda quase cheia e talvez até vá pruma balada no sábado a noite, acho que to precisando...

terça-feira, 29 de julho de 2008

Por que nem os amigos podem entender...

Acabei de ler um texto do Paulo Coelho que me diz mto, que faz todo o sentido para mim. Providência... Segue o post:

Da fome
Postado por Paulo Coelho em 29 de Julho de 2008 às 00:12
Faça com que sua fome se transforme em seu alimento.
Você só pode tomar uma decisão - e perseverar nela - se esta decisão for muito importante para a sua vida.
Certas coisas são apenas caprichos, desejos que passam no dia seguinte. Mas há coisas sem as quais não podemos passar: amor e esperança, por exemplo.
Você só obtém o que quer quando precisa disto para viver. Não adianta forçar uma situação, desperdiçando energia inutilmente. É preciso ter fome, saber que - sem o que deseja - não viverá por muito tempo.
Se chegar a tal conclusão, ninguém conseguirá impedi-lo.


Talvez seja por isso que as pessoas não me entendem. Eu evito falar sobre meus sentimentos e minha vida afetiva, embora os amigos e amigas mais próximas sempre perguntem.

Até falo quando insistem, mas apenas explico e evito conselhos. Assim como não dou conselhos quando os amigos ou amigas me falam sobre seus relacionamentos, ao menos que me peçam explicitamente.

Nesse campo, apenas cada um sabe o que é de fato importante para si. Tratando-se de relacionamentos, quem vê de fora, não vê melhor, porque não sente igual. Pode até conhecer ambos os envolvidos, mas raramente conhece a relação. Em todas as relações há segredos que algumas vezes não podem ser compartilhados nem com os amigos mais próximos, ou seja, quem está de fora nunca sabe tudo.

Em geral, as pessoas não entendem o que eu sinto, o quanto as coisas pelas quais eu luto são importantes pra mim porque talvez nunca tenham sentido o mesmo. Como diz Simone de Beuvoir, é como falar de nuances a um cego. E argumentar nesse sentido pode magoar o amigo que se dispõem a aconselhar por insinuar que se não pode entender, ele ou ela nunca amou de verdade. E não é a minha intenção de forma alguma julgar a vida alheia, mas sim viver a minha da forma mais autêntica possível. É difícil pra alguns entenderem devido a diferenças de objetivos: não quero a segurança e a estabilidade de um casamento, não tenho medo da solidão, nem da velhice e domei a ansiedade de resolver tudo o mais rápido possível.

Eu quero os sentimentos mais intensos mesmo que durem um segundo, as histórias mais emocionantes mesmo que demorem décadas, os orgasmos que tiram o fôlego, mesmo que tenha que esperar por meses e o amor mais verdadeiro mesmo que o preço seja suportar a solidão... Estabilidade e segurança? Isso é querer muito pouco da vida. Foi necessário experimentar a felicidade para que eu não quisesse nunca mais deixá-la.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Da Flor

Postado por Paulo Coelho em 24 de Julho de 2008 às 00:15

Gerson Luiz fala sobre uma rosa que queria a companhia das abelhas, mas nenhuma vinha até ela.
Mas a flor ainda era capaz de sonhar. Ao sentir-se só, imaginava um jardim coberto de abelhas, que vinham lhe beijar. E conseguia resistir até o próximo dia, quando tornava a abrir suas pétalas.
“Você não está cansada?”, deve ter perguntando alguém.
“Talvez. Mas preciso continuar lutando”, responde a flor.
“Por que?”
“Porque, se eu não me abrir, eu murcho”.

Nos momentos difíceis, seja mais aberto. Muitas vezes, nossa única esperança de vitória consiste em permanecer na luta - mesmo perdendo.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Bambu chinês

Enviado por um amigo no orkut:

Depois de plantada a semente deste incrível arbusto, não se vê nada. Durante 5 anos, todo o crescimento é subterrâneo, invisível a olho nu, Mas, uma maciça e fibrosa estrutura de raiz, que se estende vertical e horizontalmente pela terra está sendo construída.

"Muitas coisas na vida pessoal e profissional são iguais ao bambu chinês": você trabalha, investe tempo, esforço, faz tudo o que pode para nutrir seu crescimento,e, às vezes não vê nada por semanas, meses, ou anos.Mas, se tiver paciência para continuar trabalhando, persistindo e nutrindo, o seu 5º ano chegará, e, com ele, virão um crescimento e mudanças que você jamais esperava...

Tenha sempre dois hábitos: Persistência e Paciência, pois você merece alcançar todos os sonhos!!! É preciso muita fibra para chegar às alturas e, ao mesmo tempo, muita flexibilidade para se curvar ao chão.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Relacionamentos...

Dizem que homens e mulheres são diferentes na forma de se comportar, sentir, pensar, tomar decisões e agir…

Quando o assunto é relacionamentos afetivos afirmam que homens e mulheres tem padrões de comportamentos bem distintos e definidos, estereotipados. Mulheres se apegam facilmente, esperam ansiosas eles ligarem, só fazem sexo quando tem certeza que eles gostam delas ou quando gostam deles, querem comprometimento (namoro ou casamento), fazem cobranças… Homens querem transar no primeiro encontro, não querem se comprometer, só ligam quando estão realmente a fim ou quando ainda não conseguiram o que queriam.

Não posso afirmar se esses estereótipos são verdadeiros quanto as mulheres porque nunca me relacionei com uma, mas quanto aos homens minha vasta experiência diz que não é bem assim…

Na verdade, comparam mulheres envolvidas com homens desinteressados em um relacionamento. Porque gente apaixonada é tudo igual. Os homens quando estão envolvidos agem exatamente igual as mulheres na mesma situação: querem definir se é namoro ou amizade, gostam de discutir a relação, ficam grudentos e não aceitam serem tratados como objeto sexual. Geralmente os homens não agem assim porque a mulher o faz antes e isso os deixa seguros. Mas é só ela deixar claro que só quer sexo pra eles ficarem incomodados. “Como assim ela transa comigo sem me amar? Para as mulheres sexo devia ser sempre um sinal de amor.” Quando a mulher quer namorar, eles se sentem seguros pra fazer jogo duro, mas é só a gente dizer que é só diversão, que não quer nada sério pra eles surtarem.

Não uso isso em proveito próprio, não gosto de jogar e nem acho que funcione. Sou sempre bem sincera com os meus sentimentos e com as pessoas, mas é divertido ve-los agindo dessa forma… porque todos nós, homens ou mulheres, somos tão diferentes e tão iguais… por isso que detesto estereótipos e generalizações… é bem mais interessante conhecer as pessoas, sem pré-concepções sobre o que são em função do gênero, da etnia ou da idade. E gosto de pessoas que também estão interessadas em me aprender e não esperam que eu seja como elas querem ou como imaginam, ou seja, não tentam aprisionar o outro nos próprios pré-conceitos.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Bem da vida - Vanessa da Mata

Viva a felicidade
Abolindo quase
Toda a maldade
Como se o amor trouxesse
O gozo da infância...

Bem que volta a inocência
Bem de ter carinho e delicadeza
Viva o que nos torna
O bem maior da natureza...

Eu era sem primavera
Dessas que o ano não principia
Poesia não me dizia
Ternura em mim não havia
Faltava encanto na melodia...
Não parava uma saudade
Velha de pouca idade
Ia vivendo a necessidade...(2x)

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Esperar...

"Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não vem ter conosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito mais fácil viver.”
(Margarida Rebelo Pinto - Diário da tua Ausência)

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Pássaros em vôo

"Somos donos dos nossos atos, mas não somos donos dos nossos sentimentos; somos culpados pelo que fazemos, mas não somos culpados pelo que sentimos. Podemos prometer atos, mas não podemos prometer sentimentos: atos são pássaros engaiolados, sentimentos são pássaros em vôo." (Mário Quintana)

Just perfect!

Sonhos se realizam... vale a pena esperar.... frases feitas são verdadeiras. rs

A alegria do encontro compensa as angústias da espera. Como diz a canção de Tom e Vinícius: "Mas cada volta tua há de apagar, o que essa tua ausência me causou..."

Aconteceu novamente e dessa vez foi real. Na verdade não sei se foi real... porque foi como num sonho... não estou falando de devaneios, mas de um sonho que tive dormindo mesmo.. tinha sonhado com esse dia e foi exatamente como no sonho, no mesmo lugar, da mesma forma... E eu estava usando uma lengerie que comprei há 7 meses, mas que guardei especialmente para esse dia. Guardei e esperei porque tinha certeza que ia acontecer e que valia a pena esperar.

E parece que dessa vez as coisas são diferentes... as conversas posteriores e a atenção dispensada mudaram. Só uma coisa permanece igual, o que eu sinto.

A confiança plena de antes agora as vezes é substituída pela insegurança, preciso acreditar para que os outros sonhos tbém se realizem. Mas temo ter arriscado demais dessa vez...

sábado, 21 de junho de 2008

Futuros amantes - Chico Buarque

Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar
E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos
Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização
Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Reflexões de aniversário - Continuação.

Quando a gente faz aniversário é um momento propício pra pensar no que vivemos até agora, no que aprendemos, no erros que cometemos e quais são nossas prioridades daqui por diante. Enfim, fazer um balanço.

Acho isso importante, mas faço bem menos que deveria. Nesse último aniversário tive tempo pra pensar um pouco sobre minha vida e chegar a algumas conclusões sobre mim mesma. Lá vão elas...

Tudo que consegui até agora, as minhas conquistas, foram fruto de perseverança, paciência e capacidade de suportar as angústias e dificuldades. A aprovação nos vestibulares das universidades públicas, o Mestrado, o Doutorado, os artigos em revistas, o emprego dos meus sonhos.

Eu acreditava nisso, tinha certeza que era isso que queria, por isso apostei nos desafios profissionais e acadêmicos apesar as inseguranças, da falta de bolsa em alguns momentos, da falta de emprego em outros...

Tenho pensando em porque não somos assim nos relacionamentos. Porque as pessoas nos dizem pra desistir de um relacionamento que não decola rapidamente e não nos aconselham dessa forma qdo a questão é os estudos ou o trabalho. Parece que o "felizes para sempre" tem que acontecer num prazo máximo de 8 meses, como ocorre nas novelas. Seriam os relacionamentos um jogo mais arriscado ou mais fácil de trocar de objetivos (já que há mais homens disponíveis que empregos)? Devemos desistir mesmo qdo os sentimentos são fortes e temos certeza do que queremos?

Na verdade, parece que os relacionamentos viraram um item de consumo: ou eles te dão prazer imediato ou é melhor trocar logo o produto. Por esse motivo, as pessoas ficam nessa expectativa para o rolo virar logo namoro, pra saber se o outro corresponde ou não, se é pra valer ou não. E assim perdem a oportunidade de sentirem intensamente e aproveitarem uma das melhores coisas da vida. Como diz Paulo Freire, aqueles que dizem que é perigoso esperar, não conhecem a alegria da sua chegada.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Amor Errado - Fernanda Porto

"Eu pensei que pudesse esquecer um amor errado
Indo embora de casa, cortando o cabelo, escrevendo cartas.
Eu sonhei que o tempo bastaria!
Que nunca mais quando fosse noite
Viria o rosto, o volume dos ombros
O cheiro de pescoço encostado...
Acreditei em poder suportar certas misérias, deitada sozinha
Não percebi que o amor estava confundido às ferragens da alma
Ele vem atrás, ele vem atrás até quando estamos dormindo...dormindo!
Eu pensei que ele aceitasse ser abandonado
Mas percebi que fica enroscado nos tornozelos da gente
Rosnando baixinho para ser ouvido até mesmo, até mesmo debaixo de chuva, debaixo de chuva.
Eu pensei que pudesse esquecer um amor errado
Eu pensei que pudesse esquecer um amor errado
Debaixo de chuva..."

sábado, 7 de junho de 2008

Ribeirão Preto

Hoje fui apresentada a cidade de Ribeirão Preto. Mto bonita!

Passei um sábado mto animado com as amigas do trabalho. Fomos ao shopping (até comprei uma blusinha pra trabalhar), no cinema e depois no show do Milton Nascimento.

Assistimos Sex and the city! Eu sou suspeita pra falar que amei o filme porque já adorava a série. É um filme sobre amizade e foi ótimo assistir com a minhas novas amigas. Rimos mto juntas e nos divertimos. A amizade é uma das melhores coisas da vida.

Uma das coisas que conquistei nos últimos anos foram amigos interessantes. Tenho amizades de qualidade com pessoas incríveis. Acho que isso a gente adquire só com o passar do tempo, vai conhecendo mais pessoas e selecionando as que temos maiores afinidades. Defino como interessantes, as pessoas mais parecidas comigo. Até a adolescência me sentia meio E.T. por não conhecer outras pessoas com os mesmos gostos que eu.

Hoje convivo em meios mais ricos, meu número de amigos interessantes tem aumentado exponencialmente. A vida acadêmica contribuiu muito pra isso. Tenho muitos amigos legais no trabalho e no doutorado. E outros bons amigos que conheci pelo gosto pelas artes, discussões filosóficas e problemas emocionais semelhantes aos meus.

O show do Milton foi lindo, mas tinha muita gente, perdemos 40 min. tentando estacionar e já estávamos um pouco cansadas pelas andanças no shopping.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Aniversário

Fiz aniversário há alguns dias. Acho que nunca comemorei tanto um aniversário.
Ainda hoje teve festa. As comemorações começaram um dia antes do meu niver. Fui dar uma palestra para professores de Ciências de uma cidade próxima de Campinas à convite de uma amiga e como ela sabia que era meu niver no dia seguinte, preparou um festa com bolo, salgadinhos e direito até a presentes. No dia seguinte tinha atividades do doutorado em Campinas e almocei com amigas num restaurante que eu adoro. A noite fui jantar com um ex-ficante num restaurante super gostoso tbém, comi salmão e camarão. No sábado fui pra cidade dos meus pais e reuni parentes e amigos num churrasco. E hoje teve festa no trabalho pra mim e outras duas aniversariantes, ganhei presente de novo.

Fiz questão esse ano de comemorar muito e vou continuar celebrando por mais alguns dias... O ano passado nem consegui comemorar, meu pai estava no hospital se recuperando de uma cirurgia de ponte de safena, eu tinha acabado de passar no concurso da universidade (fez um ano no dia do meu niver, mais um motivo pra comemorar).

Poder fazer uma festa pras pessoas que eu amo é uma satisfação, um prazer que descobri a pouco, antes era estressante, não me considerava uma boa anfitriã. Mas mudei bastante, hoje me sinto mto mais relaxada com as pessoas, não tenho mais medo delas, gosto de conversar, de trocar, de demonstrar carinho, de mostrar o qto elas são importantes pra mim. Isso parece ser um reflexo da minha auto-estima conquistada e tbém de amadurecimento.

Aniversário sempre nos faz refletir sobre a vida. E esse ano tenho muitos motivos pra comemorar. A minha vida está bem próxima do que eu planejei: independência finaceira e emocional, realização profissional, algumas certezas, segurança interna, muitos amigos interessantes, uma ótima relação familiar, auto-conhecimento e auto-estima mais sólidos. Tive muitas conquistas internas, venci mtas lutas contra mim mesma. Hoje me divirto mais também, valorizo o lazer e o prazer, o gosto pelas artes e pelas viagens tornou-se mais que um hobby. Acho que tenho uma identidade mais definida e isso ajuda muito a ser feliz. E acima de td fé em Deus que é minha força. Os caminhos difíceis pelos quais andei me ensinaram muito e me prepararam pra ser feliz, pra valorizar cada benção, por menor que seja.

Escolhi a sombra desta árvore para

repousar do muito que farei,

enquanto esperarei por ti.

Quem espera na pura espera

vive um tempo de espera vã.

Por isto, enquanto te espero

trabalharei os campos e

conversarei com os homens

Suarei meu corpo, que o sol queimará;

minhas mãos ficarão calejadas;

meus pés aprenderão o mistério dos caminhos;

meus ouvidos ouvirão mais,meus olhos verão o que antes não viam,

enquanto esperarei por ti.

Não te esperarei na pura espera

porque o meu tempo de espera é um

tempo de que fazer.

Desconfiarei daqueles que virão dizer-me,

em voz baixa e precavidos:

É perigoso agir

É perigoso falar

É perigoso andar

É perigoso, esperar, na forma em que esperas,

porque esses recusam a alegria de tua chegada.

Desconfiarei também daqueles que virão dizer-me,

com palavras fáceis, que já chegaste,

porque esses, ao anunciar-te ingenuamente,

antes te denunciam.

Estarei preparando a tua chegada

como o jardineiro prepara o jardim

para a rosa que se abrirá na primavera


Paulo Freire

domingo, 25 de maio de 2008

Temporada das flores....

Tenho me sentido mto bem nas últimas semanas... e não sei exatamente o que mudou.

Nenhuma grande novidade na vida... mas esse bem-estar brota de dentro.

Talvez tenha aparecido depois da viagem a Porto Alegre. Estive num Congresso lá. Fui com amigos que eu adoro, ri mto e aproveitei pra conhecer Gramado e Canela. Andei de avião pela primeira vez e curti muito. Foi uma viagem maravilhosa, na qual estive alegre, vivi plenamente, fiz loucuras como ir pra Gramado de taxi com os meninos promentendo que íamos congelar lá. Acho que a viagem me fez me sentir mais viva, mais independente, capaz de fazer qualquer coisa.

Mas antes disso o bem estar já começava a se anunciar, ele foi chegando aos poucos e agora sinto-me eufórica as vezes.

Continuo trabalhando bastante, cheia de desafios, de responsabilidades, mas com tudo dando muito certo, graças a Deus, o doutorado caminhando devagar, mas sempre (há avanços), viajando bastante, a vida sentimental enrolada (como sempre rs) e a família vai bem.

Pode ser que apesar de nada ter mudado, eu mudei os óculos, comecei a olhar para as bençãos, prestar atenção em tudo de bom que tenho (e não são poucas coisas), assim as coisas que faltam ficaram pequenas. E tenho acreditado piamente que as coisas que desejo acontecerão e isso me faz sentir como se elas já estivessem acontecendo. Não é esperança, é certeza (fé ?).

Parece que ousar mais, arriscar mais, nos faz sentir mais vivos.

Talvez o coração tenha se acalmado também. Eu li a pouco tempo, que uma pessoa que ama e não é correspondida nunca se sente plenamente feliz. É, eu me senti incompleta por algum tempo, sempre faltava algo, era como se houvesse uma dor constante que me impedia de curtir as conquistas, de ficar totalmente satisfeita. Mas ainda não sei dizer se o que eu sentia passou, se acabou. Mas já não me fere mais, se não está morto, está domado. rs Falo com ele sempre e gosto, isso me deixa contente, ma não falar e não ver, não me deixa mais triste. Passei a encarar isso como benção também, não devo lamentar por não ter mais, mas agradecer por ter tido e ter sido tão intenso. Quantas pessoas amaram de verdade na vida? Quantas sentiram o que eu senti? Toda aquela euforia. Eu sempre defini a vida como uma experiência de sentir, então não devo lamentar os sentimentos fortes e sim agradecer por eles.

"Sinto absoluto dom de existir, não há solidão, nem penar." Vanessa da Mata

terça-feira, 22 de abril de 2008

Ciúme

A poucos anos me descobri uma pessoa ciumenta. Não uma ciumenta daquelas que dá escândalos, arma barracos, planeja vinganças... Digamos que uma ciumenta moderada, contida.

Essa semana meu ex-ficante (que foi quase namorado) me disse que está namorando. Fazia algum tempo que não nos falávamos e parece que ele veio falar comigo só pra me contar que estava namorando.

Nós tivemos um relacionamento legal, do qual guardo boas lembranças, mas nunca fui perdidamente apaixonada por ele. Nosso relacionamento tinha limitações como diferenças de idade e de fases da vida. Sou 8 anos mais velha que ele, por isso eu o chamo carinhosamente de "baby".

Mas mesmo assim FIQUEI DOIDA DE CIÚMES!!!

O orkut (o melhor instrumento pra endoidecer alguém) me mostrou a foto da nova namorada, uma moça mto bonita de uns 18 anos.

É muito ruim sentir ciúmes. É tão irracional.... Eu achava que o ciúmes estava relacionado a gostar demais de alguém. Mas eu tive ciúmes de ex-namorados dos quais eu não gostava mto.

Porque será que sentimos ciúmes? Estaria ele relacionado com nossos instintos mais primitivos? Seria essa a explicação para o fato de que mesmo eu gostando muito do baby como amiga e torcendo para que ele seja feliz eu tenha ficado doida de ciúmes? Racionalmente eu desejo que ele seja feliz, mas o ciúme contraria meu lado racional. Sinto-me ridícula por ser ciumenta, mas isso não me torna menos ciumenta.

Eu sei que isso até me fez esquecer o outro por alguns dias e me perguntar se eu não gostava mesmo do baby. Nesse sentido, posso dizer que me fez bem :)

...“Como ciumento, sofro quatro vezes: porque sou ciumento, porque me reprovo em sê-lo, porque temo que o meu ciúme magoe o outro e porque me deixo dominar por uma banalidade. Sofro por ser excluído, por ser agressivo, por ser louco e por ser comum” Roland Barthes - Fragmentos de um discurso amoroso

segunda-feira, 24 de março de 2008

Uma vida pra tirar você da minha

É, a quaresma acabou, os quarenta dias de sacrifício se passaram e depois dele veio um feriadinho, mta comilança... bacalhau, ovo de Páscoa, dois aniversários... e bem provavelmente uns quilinhos a mais.

Na última semana, e principalmente na sexta-feira da Paixão, meu sacrifício se tornou difícil de cumprir, ele fez de tudo pra chamar minha atenção, mandou email, colocou foto no MSN que dizia respeito a mim, mas aguentei firme, segurei-me porque faltava só um dia.

Contudo, no final de semana ele não apareceu online, normal de final de semana ele nunca fica. E hoje segunda também não, isso me deixou doida novamente. Será que meu sacrifício foi em vão? Parece que estou mais apaixonada do que antes. O problema é que continuo fantasiando... na verdade só troquei as conversas com ele pela imaginação. E é claro que se não deletá-lo da minha mente, se permitir-me continuar pensando nele, não tentar mudar o foco dos pensamentos, não vai passar.

O problema é que não te-lo esquecido após os 40 dias de jejum e estar ainda mais doida por ele, me leva a ter fé novamente de que pode dar certo: porque o pedido que fiz foi que se não tivesse que ser, se fosse melhor pra mim esquecê-lo, que esses período de abstinência me libertasse do que sinto por ele. E isso não aconteceu...

sexta-feira, 14 de março de 2008

Pedaço de mim - Chico Buarque

Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar

Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
Que evita atracar no cais

Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu

Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
Num membro que já perdi

Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
Eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus

terça-feira, 11 de março de 2008

Tenho trabalhado bastante, os 3 dias que passo na Universidade estão bastante corridos. Início de semestre. Até as coisas entrarem nos eixos demora um pouco. Sempre acho que a próxima semana vai ser mais tranquila, mas até agora o ritmo está forte.

Contudo tive um final de semana divertido. Na quinta fui pra Campinas, tinha a primeira reunião do ano do meu grupo de pesquisa do doutorado. Foi bem legal rever os colegas de grupo, conhecer os ingressantes. Estava com saudades de Campinas, da UNICAMP e de todas as possibilidades que a vida lá oferece.Começo de semestre, vida nova. Limpei todos os meus armários e organizei minhas coisas no pequeno ap. que divido com uma amiga que também faz doutorado. Mas o que mais me animava de voltar a Campinas eram os cinco convites pra sair que me aguardavam. Quatro deles eram de ex-ficantes e um de um moço que conheci via orkut, faz Mestrado.

Na quinta, ía no cinema com o Breno, que furou. Detesto levar bolo. Eu já estava trocada e pronta pra sair quando ele me avisou que não poderia ir porque tinha que terminar um trabalho. Ele perguntou se tinha problema e eu disse que tinha sim, que só aceitaria outro convite dele pra sair se não tivesse absolutamente nada mais interessante pra fazer, que se tivesse passando um filme meia-boca na TV eu ia preferir assistir sozinha que sair com ele. Condescendência mata, aprendi isso há duras penas. Mas nem me importei muito porque o final de semana prometia...

Na sexta conheci na UNICAMP o moço com o qual eu vinha teclando há umas semanas, não me decepcionou, fiquei empolgada com ele, conversamos um pouco antes da aula dele e combinamos de ir no cinema no dia seguinte. Como combinado, pontualmente ele estava lá. Assistimos "Meu nome não é Jhonny", mas um filme brasileiro interessante. (Os melhores filmes que assisti ultimamente são brasileiros, fico orgulhosa da originalidade do nosso cinema e os bons filmes que ele tem produzido.) Depois do filme andamos pelo shopping, passamos 7 horas juntos, conversamos bastante, mas eu estava um pouco frustrada porque ele não tinha me beijado. Finalmente ele resolveu tomar a iniciativa. (Eu costumo tomar, mas os homens infelizmente ainda se assustam com isso). Combinamos de nos ver novamente na próxima semana.

No domingo fui almoçar com um amigo e conhecer a casa nova de um outro amigo. Fui na missa a noite e dpois limpei a casa. Acabei indo dormir tarde e nem cheguei perto dos meus livros e fitas que precisava transcrever. E ainda perdi hora pra ir trabalhar na segunda...rs mas o final deu tudo certo.

Aprendi uma coisa importante: a verdade nos liberta, por mais difícil que seja encará-la. E a verdade é aquela que até agora eu não quis enxergar: tenho que aceitar que ele não me ama, apenas me mantém na reserva. Tenho certeza que esses 40 dias que tenho andado no deserto vão me devolver a liberdade.

"Se quiserem saber se volto, diga que sim, mas só depois que a saudade se afastar de mim."

domingo, 9 de março de 2008

Promessa de quaresma

Sou uma católica não mto convencional..... não acredito em sacríficios em si mesmos, pra mim eles só valem a pena se contribuírem para que nos tornemos pessoas melhores, nos libertarem, nos curarem.... Quaresma é um tempo especial pra isso, pra refletir, se converter no sentido de mudar de vida, tomar outra direção....

Por isso queria me abster de alguma coisa que trouxesse mudanças reais pra minha vida e fiz uma promessa de quaresma bem incomum: deixar de falar com uma pessoa por 40 dias. Isso parece até pecado... mas é em relação a um cara que é o meu pior vício no momento, ficar sem falar com ele é bem mais difícil que me privar de doces, chocolates ou festas.

Um paixão que já dura 2 anos e meio, ficamos esporadicamente, ele parece gostar de mim como amiga, mas é do tipo "não te quero, mas não te largo" e por causa dele minha vida fica em suspenso, nenhum um outro relacionamento dá certo porque não desencano dele.

É como se sentisse uma falta constante de algo, minha vida nunca está completa, nada me deixa totalmente feliz, nem a melhor das conquistas... parece um carma, uma doença.

Faltam mais duas semanas para o fim da quaresma e me mantive firme em não tomar a iniciativa de falar com ele, não procurá-lo, passei por períodos de angústia, tive crises de abstinência, mas já me sinto mais forte e mair livre, parece que está dando certo.

Contudo, o fato de eu não procurá-lo faz com que ele me procure com mais constância, me chama no MSN, me manda emails e aí eu dou uma balançada.... ameaço ceder

Tenho vontade de abandonar todas as coisas que tenho dito pra mim mesma quando ele procura e a esperança volta a tona: que ele não gosta de mim, só me mantém na reserva, que ele não é pra mim, não é tão perfeito como parece, que é o que sinto que me ilude.

Assisti um filme legal que me ajudou nisso chama-se "O amor não tira férias", tem uma personagem que se parece mto comigo, tem um relacionamento como o meu. Ver-se refletido em outra pessoa nos ajuda a nos enxergar de fora e a refletir sobre nossas atitudes. Senti raiva de mim ao perceber que eu me comportava como ela.

Agora meu desafio final é dizer a ele a próxima vez que me procurar que não posso ser mais amiguinha dele, que é preciso que fiquemos sem nos falar por um tempo até desencanar de uma vez por todas, que não quero mais que ele me procure.

Temos "conversado" por frases no MSN. As minhas: "Toda história tem um fim, mas na vida cada fim é apenas um começo" e "Difícil não é lutar pelo que se quer e sim desistir do que mais ama." E a dele: "Ela não deveria fechar a porta aberta."

Há dois anos tento esquecê-lo e percebi que não conseguiria fazer isso sozinha e resolvi pedir a ajuda de Deus e Ele tem me ajudado....

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Escrever é....

Começar esse blog me dá um frio na barriga.... é como se eu estivesse iniciando uma strip tease em público.

Escrever é despir-se... expor-se... deixar que os outros te olhem.... sem roupa, mais que isso... deixar que olhem pro que você tem de mais íntimo, pro seu interior, pra suas idéias secretas, inconfessáveis....

Estou de certa forma acostumada a escrever, publicar textos em revistas científicas, escrever projetos que serão lidos pelos meus pares, tenho uma dissertação de Mestrado publicada.... mas é bem diferente de um blog!!! Nos textos acadêmicos nos mostramos pouco, nos apoiamos (e as vezes nos escondemos) nos referenciais teóricos, não escrevemos (ou não deveríamos) sobre nós, não opinamos, apenas concluímos, inferimos a partir do que os dados nos mostram e somos amparados pela Academia.

Por outro lado, em um blog não precisamos nos preocupar tanto com a linguagem, há liberdade de estilo, licença poética, é necessário apenas escrever de forma compreensível, não precisa ser rebuscada.

Por isso me animo a escrever, a liberdade é uma boa causa para ficar nua. rs