terça-feira, 29 de julho de 2008

Por que nem os amigos podem entender...

Acabei de ler um texto do Paulo Coelho que me diz mto, que faz todo o sentido para mim. Providência... Segue o post:

Da fome
Postado por Paulo Coelho em 29 de Julho de 2008 às 00:12
Faça com que sua fome se transforme em seu alimento.
Você só pode tomar uma decisão - e perseverar nela - se esta decisão for muito importante para a sua vida.
Certas coisas são apenas caprichos, desejos que passam no dia seguinte. Mas há coisas sem as quais não podemos passar: amor e esperança, por exemplo.
Você só obtém o que quer quando precisa disto para viver. Não adianta forçar uma situação, desperdiçando energia inutilmente. É preciso ter fome, saber que - sem o que deseja - não viverá por muito tempo.
Se chegar a tal conclusão, ninguém conseguirá impedi-lo.


Talvez seja por isso que as pessoas não me entendem. Eu evito falar sobre meus sentimentos e minha vida afetiva, embora os amigos e amigas mais próximas sempre perguntem.

Até falo quando insistem, mas apenas explico e evito conselhos. Assim como não dou conselhos quando os amigos ou amigas me falam sobre seus relacionamentos, ao menos que me peçam explicitamente.

Nesse campo, apenas cada um sabe o que é de fato importante para si. Tratando-se de relacionamentos, quem vê de fora, não vê melhor, porque não sente igual. Pode até conhecer ambos os envolvidos, mas raramente conhece a relação. Em todas as relações há segredos que algumas vezes não podem ser compartilhados nem com os amigos mais próximos, ou seja, quem está de fora nunca sabe tudo.

Em geral, as pessoas não entendem o que eu sinto, o quanto as coisas pelas quais eu luto são importantes pra mim porque talvez nunca tenham sentido o mesmo. Como diz Simone de Beuvoir, é como falar de nuances a um cego. E argumentar nesse sentido pode magoar o amigo que se dispõem a aconselhar por insinuar que se não pode entender, ele ou ela nunca amou de verdade. E não é a minha intenção de forma alguma julgar a vida alheia, mas sim viver a minha da forma mais autêntica possível. É difícil pra alguns entenderem devido a diferenças de objetivos: não quero a segurança e a estabilidade de um casamento, não tenho medo da solidão, nem da velhice e domei a ansiedade de resolver tudo o mais rápido possível.

Eu quero os sentimentos mais intensos mesmo que durem um segundo, as histórias mais emocionantes mesmo que demorem décadas, os orgasmos que tiram o fôlego, mesmo que tenha que esperar por meses e o amor mais verdadeiro mesmo que o preço seja suportar a solidão... Estabilidade e segurança? Isso é querer muito pouco da vida. Foi necessário experimentar a felicidade para que eu não quisesse nunca mais deixá-la.

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