terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Lendo os sinais da vida cotidiana: encontros!

É quaresma! Tempo para nós, católicos, de reflexão profunda, sacrifício e conversão. Praticamos a privação ou algum outro ato que nos fortaleça o espírito. Eu fiz duas intenções para este período: estou me privando de carne para treinar o domínio sobre minha própria vontade (não que ela me faça tanta falta assim, mas as vezes me tenta um pouco) e pretendo estar mais aberta às pessoas. Quanto a primeira, ainda não tenho uma opinião formada sobre o consumo de carne (e enquanto não tenho, o melhor é não comer) e não sei se manterei esta decisão após a quaresma. A segunda é uma coisa que quero mudar em mim definitivamente. Acho que é uma das coisas que me falta pra ser completamente feliz.

Por mais que tenha melhorado muito nesse quesito, eu ainda sou um pouco tímida, temo incomodar as pessoas, quase não falo com desconhecidos. Ou falo com muitas reservas, medindo muito as palavras. Esta é uma marca do nosso tempo e das grandes cidades: pessoas cada vez mais sozinhas que não falam uma com as outras ou quando o fazem estabelecem apenas relacionamentos superficiais. E eu sou assim, raramente eu me envolvo com alguém verdadeiramente, sou de pouco contato físico, mesmo com as pessoas mais próximas. Mas quero mudar isso porque percebi que a intimidade que nos faz feliz. Essa castração emocional é um bloqueio. Quero me aproximar mais dos velhos e novos amigos.

E este tem sido o maior desafio (não comer carne é muito fácil perto de falar com estranhos rs), mas estou conseguindo avanços e meu universo está colaborando pra isso. Ontem minha roomate chegou e eu a esperei para irmos para a Unicamp e almoçarmos juntas, fazia tempo que não nos encontrávamos, pois ela esteve viajando. Fiz várias perguntas sobre a viagem dela à África (porque realmente me interessava) e ela me contou tudo detalhadamente, depois me contou sobre os novos desafios da vida dela, das dificuldades. Após o almoço nos separamos e por coincidência, nos encontramos novamente no ônibus de volta pra casa e podemos continuar conversando (na verdade, foi providência porque ela nunca volta aquele horário pra casa). E hoje aconteceu de novo, a mesma coisa com uma desconhecida. A moça que se sentou ao meu lado na ida para a faculdade, sentou-se novamente na volta. E era uma pessoa pela qual senti uma empatia estranha, considerando que nunca falei com ela. Mas eu não consegui falar com ela, mesmo com o universo conspirando a favor disso. Falhei na minha intenção hoje, mas amanhã espero ser melhor. Fiz muitos outros atos de aproximação com as pessoas durante o dia, foi só com esta moça que não falei.

Contudo, há outros sinais bem mais difíceis de serem lidos. É, estou falando do sexo oposto: será que eles são tão bipolares ou mentem pra gente mesmo? Embora eu queira me aproximar das pessoas, vou ser sempre sincera em relação ao que sinto! Nunca falo que senti saudades ou que gosto de alguém se não for verdade. Pois o mineiro me disse tudo isso no domingo, já vinha dizendo há muito tempo pelo msn enquanto estava em Minas, que me adora, que sentia saudades! E eu nunca respondia da mesma forma porque não seria sincera. Mas no domingo quando nos vimos, eu fiz elogios sinceros a ele. E depois disso ele sumiu. Está certo que eu disse a ele que eu ía embora na terça de manhã, ele não sabia que eu consegui permissão do meu chefe na segunda-feira pra ficar a semana toda em Campinas. Se ele está jogando, está dando certo.... A vontade de vê-lo me deixa ansiosa e eu não paro de pensar nele! :(

Nenhum comentário: